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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Operação policial prende 36 funcionários do Detran do Rio por corrupção

Da Agência Brasil

Trinta e seis pessoas foram presas até o início da tarde de hoje (23) em uma operação da Polícia Civil contra fraudes nos postos de vistoria do Departamento de Trânsito do estado (Detran-RJ). A Operação Direção Oposta começou de madrugada com o objetivo de cumprir 45 mandados de prisão e 44 de busca e apreensão contra funcionários e prestadores de serviço do Detran. Ao todo, 66 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Estadual (MPE) pelos crimes de corrupção passiva, inserção de dados falsos no sistema de informações, falsidade ideológica, peculato e formação de quadrilha.

O subchefe operacional da Polícia Civil, delegado Fernando Veloso, explicou que a quadrilha atuava em nove municípios do Rio, sendo a Região dos Lagos a principal área de atuação do grupo. " Só para se ter uma dimensão desse trabalho, houve diligências em São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Araruama, Iguaba, Saquarema, Maricá [municípios da Região dos Lagos], Paracambi [região metropolitana] e em vários bairros daqui da capital".

Segundo as investigações, em uma das fraudes, funcionários de cada posto arrecadavam dinheiro de motoristas que não desejavam submeter os veículos aos procedimentos regulares de vistoria. As taxas cobradas pelos funcionários variavam entre R$ 50 e R$ 300. De acordo com o MPE, duas quadrilhas lucravam de R$ 200 mil a R$ 250 mil por mês com chamada vistoria fantasma, quando o motorista não leva o veículo para inspeção e mesmo assim recebe a documentação necessária para regularizar a documentação.

Somente em Paracambi, 20 pessoas foram presas. O promotor de Justiça de Paracambi, Bruno Gangoni, disse que as quadrilhas chegavam a falsificar assinaturas de pessoas que já morreram. A descoberta foi possível por meio de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça. "A partir do que se apurou hoje, do material que foi apreendido, certamente teremos algum desdobramento dessa operação", disse o promotor.

O corregedor-geral do Detran, David Anthony, reforçou o compromisso de combater a corrupção desntro do Detran. Ele ressaltou que as investigações da Operação Direção Oposta ocorreram em paralelo com a Operação Contramão 2, deflagrada em outubro, quando 30 pessoas foram denunciadas por envolvimento em um esquema de fraude na emissão de carteiras nacionais de habilitação (CNHs). "Em menos de 30 dias foi deflagrada a Contramão 2 e, mais uma vez, a união de esforços dessas instituições contribuiu para o combate à corrupção".

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