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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Sete cidades decretam situação de emergência após chuvas



Do O Dia

Os danos provocados pelas fortes chuvas dos últimos dias fizeram com que sete cidades do estado do Rio decretassem oficialmente situação de emergência. O Governo do Estado homologou nesta terça-feira os decretos dos municípios das regiões Norte e Noroeste fluminenses. Cardoso Moreira, Laje do Muriaé, Santo Antônio de Pádua, Aperibé, Itaperuna, Italva e Miracema são as regiões que mais preocupam.


De acordo com o decreto, as fortes precipitações pluviométricas ocorridas nas cidades situadas nas margens do Rio Muriaé causaram o aumento do volume e transbordo do Rio Muriaé, causando enchentes e inundações graduais.


Investimentos


O Governo do Estado vai investir nos próximos anos, em parceria com o Governo Federal, cerca de R$ 950 milhões em três projetos ambientais estruturantes para combater o problema das enchentes em cidades das regiões Metropolitana, Norte e Noroeste. Os projetos foram escolhidos em um pacote de oito estudos apresentados ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e ao governador Sérgio Cabral.


Os selecionados receberão R$ 850 milhões da União, com contrapartida de R$ 100 milhões do Estado. As obras foram detalhadas nesta segunda-feira pelo secretário do Ambiente, Carlos Minc, pela presidente do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), Marilene Ramos, e pelo subsecretário de Projetos e Intervenções Especiais, Antônio da Hora.


Os projetos vão beneficiar mais de um milhão de moradores das cidades ribeirinhas do Rio Muriaé, no Norte e Noroeste fluminenses; de Campos dos Goytacazes, no Norte do estado; e na bacia do Rio Alcântara, em São Gonçalo, na Região Metropolitana. "Esses são projetos estruturantes, como foi o projeto Iguaçu, que durante os últimos três anos foi um sucesso, com a dragagem de três rios da Baixada Fluminense. Depois que metade dele foi executado, ninguém mais sofreu por causa das cheias na região", disse Minc.


Prevenção às cheias em São Gonçalo e Norte e Noroeste fluminenses


RIO MURIAÉ R$ 350 milhões


Protege as quatro cidades cortadas pelo Rio Muriaé, com a construção de três extravasores de cheias e uma barragem de contenção. O primeiro extravasor, em Laje do Muraé, já está pronto para ser licitado, e a obra começa tão logo a verba seja liberada. Será aberto um canal, com pouco mais de cinco quilômetros de extensão, que desviará o excesso de água do leito do rio para um ponto anterior à cidade. O segundo será construído em Itaperuna e o terceiro, em Italva. Cardoso Moreira receberá uma barragem de contenção de cheias.


BACIA DO RIO ALCÂNTARA R$ 300 milhões


Destina-se à recuperação dos rios Imboaçu e Alcântara, em São Gonçalo, beneficiando cerca de 400 mil pessoas. O projeto prevê a remoção de famílias ribeirinhas, o plantio de árvores, construção de praças, áreas de lazer e ciclovias, canalização, abertura de ruas marginais e dragagem do leito dos rios. O projeto para o Rio Imboaçu já tem verba de R$ 87 milhões assegurada.


RECUPERAÇÃO DE DIQUES R$ 300 milhões E CANAIS DE CAMPOS


Ampliação das obras, já em curso, de dragagem e recuperação ambiental de canais do município de Campos e regiões adjacentes, no Norte Fluminense, a partir da implantação dos subsistemas Campos/Macaé e do Vigário. O Governo do Estado já implantou o subsistema São Bento/Canal das Flechas, com investimento de R$ 160 milhões, sendo R$ 120 milhões do governo federal e R$ 40 milhões do Fecam (Fundo Estadual de Conservação Ambiental).


Tragédia em Sapucaia


O número de mortos em deslizamento de terra que atingiu oito casas no distrito de Jamapará, em Sapucaia, no Médio Paraíba, no estado do Rio, nesta segunda. Quatro vítimas fatais foram encontradas na manhã desta terça-feira: A jovem Livia Gomes, de 22 anos, uma mulher de cerca de 42 anos, Glória Nascimento, de 72 anos, e um homem ainda não identificado. Entre os mortos estão duas crianças. Pelo menos 10 pessoas continuam desaparecidas.


Bombeiros e cães farejadores estão no local e tentam localizar mais moradores. Nesta segunda oito pessoas já haviam sido resgatadas após horas de buscas. No estado, mais de 12 mil foram obrigados a deixar suas casas devido à chuva. No Noroeste do Rio, o risco nas encostas preocupa.


“Acho impossível encontrar alguém vivo. Entre os desaparecidos, uma família inteira que tentava sair da área de risco de carro foi atingida pelo deslizamento dentro do veículo”, contou o secretário de Defesa Civil de Sapucaia, Marco Antônio Teixeira.


O deslizamento ocorreu por volta das 3h30, e os primeiros bombeiros chegaram ao local depois das 6h. “Não temos Corpo de Bombeiros na cidade, e as estradas estavam interditadas por barreiras. Por isso, a demora”, contou o secretário de Comunicação, Sérgio Campante. Na hora do desastre, muitos dormiam, e alguns moradores tentaram alertar os vizinhos.


Vítimas de enchentes provocadas por rios que continuam a subir, as prefeituras do Norte e Noroeste do estado começam a se preocupar também com risco de deslizamentos provocados pela terra molhada. “Estamos monitorando 20 pontos da cidade e hoje (ontem) registramos três quedas de terra”, revelou o coordenador da Defesa Civil de Itaperuna, Capitão Joelson Oliveira.


Em Italva, o Rio Muriaé ainda sobe, isola a cidade e alaga dois distritos. Ontem, cerca de 30 famílias da Vila Operária foram removidas. A previsão é de que a chuva continue. Na quinta-feira, nova frente fria deverá levar o mau tempo ao Sul do Rio.


Rio Paraíba transborda e ameaça moradores de Itaocara e Aperibé


O Rio Paraíba do Sul começou a transbordar na noite desta segunda-feira e a provocar alagamentos em Itaocara e Aperibé, no Noroeste do Rio. Segundo o coronel Douglas Paulich, coordenador da Defesa Civil da região até o quartel do Corpo de Bombeiros de Itaocara foi alagado. Famílias já começaram a ser retiradas de locais de risco.


“O rio recebeu muita água das chuvas de Minas e de Sapucaia e já começa a transbordar. Estamos em alerta máximo”, disse o coronel, acrescentando que Cambuci também deve ser afetada pelo rio.


A cheia foi agravada ainda pelo aumento de passagem de água na represa de Ilha dos Pombos, em Carmo, que alimenta o rio. “Alertamos comerciantes e moradores, que colocaram móveis para cima. O quartel já está com alagamento de 60 cm”, disse o tenente Alcídio Machado.


Em Campos, no Norte,que recebe hoje os ministros dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e Integração Nacional, Fernando Bezerra, a água do Paraíba do Sul, que subiu mais de três metros, voltou a sair por bueiros e alagar ruas. O município está em alerta.


Nesta segunda-feira, o secretário de Defesa Civil de Campos, Henrique Oliveira, afirmou que Bezerra foi infeliz ao dizer que a prefeitura abriu trecho da BR-356 para reduzir o volume do rio: “Ele é mal-informado. Disse que foi ação planejada. Só se fosse planejada por um louco”.


4.884 fora de casa em Cardoso Moreira


Mais de 4.884 pessoas estão fora de casa em Cardoso Moreira, no Norte, onde dique se rompeu domingo. Famílias começaram a ser removidas na madrugada desta segunda-feira: cerca de 200 pessoas foram instaladas em barracas. O vice-governador esteve no município e se reuniu também com os prefeitos de Campos e Itaperuna e garantiu que será feito projeto para reconstruir a região afetada assim que a água descer. Ele pediu que as prefeituras transfiram seus postos de saúde para as áreas altas da cidade.


Nesta segunda-feira o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, anunciou que vai investir R$ 850 milhões em obras contra inundações.

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