No ano de 1804, nesta data, nascia em Lyon, França, Hippolyte Léon Denizard Rivail, pertencente à antiga família de magistrados e advogados. Educado na Escola de Pestalozzi, em Yverdum, Suíça, tornou-se um de seus discípulos mais eminentes.
Foi membro de várias sociedades, entre as quais a Academie Royale d'Arras. De 1835 a 1840, fundou em seu domicílio cursos gratuitos, onde ensinava química, física, anatomia comparada, astronomia, além de editar inúmeros livros nas áreas de seu domínio.
Por volta de 1855, desde que duvidou das manifestações dos espíritos, Rivail, que adotou o pseudônimo de Allan Kardec, entregou-se a observações perseverantes sobre esse fenômeno e se empenhou principalmente em deduzir-lhe as consequências filosóficas.
Nele entreviu, desde o início, o princípio de novas leis naturais; as que regem as relações do mundo visível e do mundo invisível; reconheceu na ação deste último uma das forças da Natureza, cujo conhecimento deveria lançar luz sobre uma multidão de problemas reputados insolúveis, e compreendeu-lhe a importância do ponto de vista religioso.
As suas principais obras espíritas são: O livro dos espíritos, para a parte filosófica, e cuja primeira edição surgiu em 18 de abril de 1857; O livro dos médiuns, para a parte experimental e científica (janeiro de 1861); O Evangelho segundo o espiritismo, para a parte moral (abril de 1864); O céu e o inferno, ou A justiça de Deus segundo o espiritismo (agosto de 1865); A gênese, os milagres e as predições (janeiro de 1868);A Revista Espírita, jornal de estudos psicológicos.
Allan Kardec fundou em Paris, em 1º de abril de 1858, a primeira Sociedade Espírita regularmente constituída, sob o nome de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.
Casado com Amélie Gabrielle Boudet, não teve filhos.
Allan Kardec desencarnou no dia 31 de março de 1869, em Paris, da maneira como sempre viveu: trabalhando. (Baseado na biografia de Allan Kardec em Obras Póstumas, edição IDE)
Uma ética para a imprensa escrita
Em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858,
estão encerradas as principais diretrizes que norteiam os trabalhos da divulgação da doutrina espírita, inclusive os do Correio Fraterno: São elas:
• A apreciação razoável dos fatos, e de suas consequências.
• Acolhimento de todas as observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros.
• Discussão, porém não disputa. As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas razões aos olhos de pessoas sensatas.
• A história da doutrina espírita, de alguma forma, é a do espírito humano.
O estudo dessas fontes nos fornecerá uma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos.
• Os princípios da doutrina são os decorrentes do próprio ensinamento dos Espíritos.
Não será, então, uma teoria pessoal que exporemos.
• Não responderemos aos ataques dirigidos contra o Espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que podem degenerar em personalismo. Discutiremos os princípios que professamos.
• Confessaremos nossa insuficiência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. Longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento.
• Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião individual que não pretenderemos impor a ninguém. Nós a entregaremos à discussão e estaremos prontos para renunciá-la, se nosso erro for demonstrado.
Esta publicação tem como finalidade oferecer um meio de
comunicação a todos que se interessam por essas questões. E ligar, por um
laço comum, os que compreendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de
vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.
Do Correio Fraterno
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