OGX esbarra em descrédito do investidor, diz analista
Planner corretora reconhece fundamentos, mas não vê momento melhor em breve
As ações da OGX (OGXP3) têm boas perspectivas, mas pouca possibilidade de uma valorização mais acentuada no curto prazo. A avaliação é da Planner Corretora, que iniciou nesta terça-feira a análise dos papéis da empresa de petróleo do empresário Eike Batista. A recomendação é de compra, com um preço-alvo de 9,60 reais, o que implica em um potencial de 68% em relação ao fechamento de segunda-feira.
Após toda a controvérsia do não cumprimento de estimativas de produção de seus primeiros poços, a OGX está revendo suas prioridades e perspectivas. Neste contexto, estamos sendo conservadores em nossas projeções, estimando que a OGX somente vai instalar três plataformas, atingindo um pico de produção de 174 mil barris dia em 2017, mantendo este patamar nos anos seguintes”, ressalta Luiz Caetano, que assina o relatório.As ações da petroleira acumulam uma desvalorização de quase 60% em 2012.
DesconfiançaSegundo ele, um dos principais obstáculos para a valorização das ações é descrédito dos investidores. “Em sua trajetória recente de baixa, muitos investidores acumularam perdas expressivas e preferem ver primeiro a empresa cumprir seus objetivos em termos de produção antes de voltar a investir na ação. Com isso, mesmo apresentando um grande potencial de valorização em relação ao nosso preço justo, reconhecemos a dificuldade quanto à valorização de OGXP3 no curto prazo”, estima.
Os papéis da OGX despencaram 41% em apenas uma semana em junho após o mercado receber mal o detalhamento sobre a vazão de dois poços no Campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos. Após testes, a empresa concluiu que a área tem uma capacidade de vazão ideal de 5 mil barris de óleo equivalente por dia para os dois primeiros poços em estágio inicial. O mercado esperava algo em torno de 15 mil a 20 mil barris por dia.
“Com todos os problemas criados pela redução das estimativas de produção de seus primeiros poços, a OGX está revendo suas prioridades e perspectivas, tendo inclusive trocado toda sua diretoria. O foco da empresa deixou de ser “encontrar petróleo” para “monetizar as reservas”. Dentro desta revisão de foco e também de expectativas, foram abandonadas as projeções contidas em seu Plano de Negócios de junho/2011, onde a produção estimada para o final de 2015 era de 730 mil barris por dia”, ressalta Caetano.
Da EXAME
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