Aclamado pela opinião pública, Barbosa coleciona polêmicas entre colegas
Se por um lado o novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, é aclamado pela opinião pública principalmente por causa da sua postura condenatória como relator nojulgamento do mensalão , por outro, ele não é uma unanimidade entre seus colegas da Corte.
Indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
Barbosa está no Supremo desde 2003 e é o nono mineiro a ocupar o cargo máximo
da Justiça Brasileira. Sua posse deve acontecer na segunda quinzena de novembro
após a aposentadoria do atual presidente Ayres Britto, que vai ocorrer dia 18
de novembro.
Nestes quase dez anos de Corte, o novo presidente
protagonizou discussões históricas em plenário com praticamente todos os
colegas. A mais emblemática ocorreu em abril de 2009, quando Barbosa bateu boca
com o então presidente da Corte, Gilmar Mendes.
Da atual composição do STF, Barbosa ainda não teve
desentendimento com apenas três ministros: o decano Celso de Mello e os dois
mais novos: Luiz Fux e Rosa Weber.
Na época, os ministros discutiam uma ação direta de
inconstitucionalidade contra o sistema tributário do Paraná. A discussão
técnica caiu no campo pessoal quando Mendes questionou as sucessivas faltas de
Joaquim Barbosa às sessões do Supremo. “Vossa excelência quando se dirige a mim
não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar.
Respeite”, respondeu na época Joaquim Barbosa.
Em 2012, Barbosa também trocou farpas com o ex-ministro
Cesar Peluzo. Depois de ser chamado de temperamental pelo colega, Barbosa
classificou Peluzo como retrógrado e racista. A discussão, por meio de artigos
de veículos de comunicação, obrigou o presidente eleito da corte, Ayres Britto,
a contornar a situação nos bastidores do Supremo.
Durante o julgamento do mensalão, Barbosa já se indispôs com
pelo menos três ministros da atual Corte: o revisor do mensalão, Ricardo
Lewandowski, e os ministros Marco Aurélio Mello e Cármen Lúcia. Durante o
julgamento, Lewandowski, eleito vice-presidente do Supremo, é a principal voz
dissonante de Barbosa, causando momentos de constrangimento no Supremo.
A postura considerada às vezes autoritária do novo
presidente do Supremo também foi questionada por Marco Aurélio Mello que
alertou aos ministros que as discussões no julgamento do mensalão não
descambassem “para o lado pessoal”. Tanto que há aproximadamente duas semanas,
a ministra Cármen Lúcia criticou o colega nos corredores do Supremo, alertando
a ele que o Supremo não é uma corte “de um homem só”.
O próprio presidente do STF, Ayres Britto, considerado um
homem flexível, teve um recente atrito com Barbosa. Após se sentir injustiçado
por críticas feitas pelo ministro Marco Aurélio Mello, Barbosa queria publicar
uma nota contra Mello no site do STF. Ayres Britto não permitiu e isso causou
momentos de constrangimento entre os dois.
Dentro do STF, o ministro Joaquim Barbosa é conhecido como
membro que normalmente não recebe advogados e com perfil desagregador. Ele
também é visto por seus colegas como homem que não gosta de ouvir críticas, nem
de ser contrariado e que, justamente por isso, acabou ficando isolado no STF.
Esse isolamento de Joaquim Barbosa alimenta um temor dos próprios ministros:
que a gestão de Barbosa seja menos democrática que as anteriores.
Nessa nova configuração do comando do STF, coincidentemente,
caberá ao ministro Ricardo Lewandowski, o novo vice-presidente da Corte,
atenuar eventuais crises e problemas provocados pelo novo presidente. De perfil
mais moderado, Lewandowski é um ministro com trânsito mais fácil entre os
colegas e vem recebendo apoio deles durante o julgamento do mensalão após as
críticas de Joaquim Barbosa, mesmo entre os ministros que eventualmente divergem
do seu voto nesse julgamento.
A relação de Barbosa com os demais ministros do STF
Joaquim Barbosa x Gilmar Mendes
Em abril de 2009, eles protagonizaram a discussão mais tensa entre dois colegas de corte, com direito a ofensas pessoais mútuas. Gilmar Mendes insinuou que Joaquim Barbosa não tivesse problemas de saúde; Barbosa retrucou afirmando que o colega “não estava falando com os seus capangas do Mato Grosso”.
Em abril de 2009, eles protagonizaram a discussão mais tensa entre dois colegas de corte, com direito a ofensas pessoais mútuas. Gilmar Mendes insinuou que Joaquim Barbosa não tivesse problemas de saúde; Barbosa retrucou afirmando que o colega “não estava falando com os seus capangas do Mato Grosso”.
Joaquim Barbosa x Ricardo Lewandowski
Tem travado brigas semanais por conta de divergência nos votos do julgamento do mensalão. Barbosa tem sido duro com o colega, revisor do processo, quando é contrariado. Lewandowski já criticou em plenário o fato de ter seu voto atacado, mas de não ter oportunidade de retrucar eventuais críticas do ministro relator.
Tem travado brigas semanais por conta de divergência nos votos do julgamento do mensalão. Barbosa tem sido duro com o colega, revisor do processo, quando é contrariado. Lewandowski já criticou em plenário o fato de ter seu voto atacado, mas de não ter oportunidade de retrucar eventuais críticas do ministro relator.
Joaquim Barbosa x Marco Aurélio Mello
Na semana passada, o ministro Marco Aurélio Mello afirmou que “teme a nova presidência do STF” por causa da postura de Joaquim Barbosa quando é contrariado. O desconforto foi tão grande que Barbosa tentou, sem sucesso, aprovar uma nota de repúdio contra Mello.
Na semana passada, o ministro Marco Aurélio Mello afirmou que “teme a nova presidência do STF” por causa da postura de Joaquim Barbosa quando é contrariado. O desconforto foi tão grande que Barbosa tentou, sem sucesso, aprovar uma nota de repúdio contra Mello.
Joaquim Barbosa x Ayres Britto
Antes amigos, a relação entre os dois estremeceu na semana passada quando o presidente do STF, Ayres Britto, não aprovou a publicação de uma nota de Joaquim Barbosa contra o colega Marco Aurélio Mello. A nota era uma resposta pública de Barbosa contra críticas do ministro.
Antes amigos, a relação entre os dois estremeceu na semana passada quando o presidente do STF, Ayres Britto, não aprovou a publicação de uma nota de Joaquim Barbosa contra o colega Marco Aurélio Mello. A nota era uma resposta pública de Barbosa contra críticas do ministro.
Joaquim Barbosa x Cármen Lúcia
Há aproximadamente duas semanas, no “cafezinho” do Supremo, a ministra Cármen Lúcia repreendeu duramente o ministro Joaquim Barbosa por conta de sua postura excessivamente condenatória no julgamento do mensalão. Barbosa não gostou da forma como foi abordado pela colega.
Há aproximadamente duas semanas, no “cafezinho” do Supremo, a ministra Cármen Lúcia repreendeu duramente o ministro Joaquim Barbosa por conta de sua postura excessivamente condenatória no julgamento do mensalão. Barbosa não gostou da forma como foi abordado pela colega.
Joaquim Barbosa x Luiz Fux
Fux é considerado hoje o ministro com maior trânsito com o novo presidente Joaquim Barbosa, mas a relação entre os dois não é de amizade extrema. E Fux normalmente não gosta de interferir em discussões entre colegas no STF.
Fux é considerado hoje o ministro com maior trânsito com o novo presidente Joaquim Barbosa, mas a relação entre os dois não é de amizade extrema. E Fux normalmente não gosta de interferir em discussões entre colegas no STF.
Joaquim Barbosa x Dias Toffoli
Em março deste ano, os dois trocaram farpas em plenário quando Dias Toffoli arquivou um inquérito contra o deputado federal Pedro Henry (PP-MT), já condenado no julgamento do mensalão. Barbosa classificou a decisão como “absurda”. Toffoli rebateu dizendo que o regimento da corte permitiria tal situação.
Em março deste ano, os dois trocaram farpas em plenário quando Dias Toffoli arquivou um inquérito contra o deputado federal Pedro Henry (PP-MT), já condenado no julgamento do mensalão. Barbosa classificou a decisão como “absurda”. Toffoli rebateu dizendo que o regimento da corte permitiria tal situação.
Do ig
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