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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Bacia de Campos: PF deve encaminhar inquérito do vazamento à Justiça na próxima semana


Do R7

Delegado não pedirá a prisão dos responsáveis, mas defendeu "indenizações altíssimas"

O inquérito instaurado para apurar as causas e as responsabilidades sobre o vazamento na plataforma da Chevron, no Campo do Frade, na bacia de Campos, na região norte do Estado do Rio de Janeiro, há pouco mais de um mês, deve ser concluído e encaminhado à Justiça Federal na próxima semana. A informação foi dada nesta quinta-feira (15) pelo delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal.

Segundo ele, foram ouvidas 30 pessoas, entre funcionários da petroleira, da Transocean, empresa contratada pela Chevron para realizar as perfurações, e de outras companhias terceirizadas.

- Ainda não esclarecemos perfeitamente o que aconteceu, mas já estou convencido de que a Chevron não tem um comportamento responsável com as atividades com que se comprometeu a atuar no Campo de Frade.

O delegado da PF ressaltou que não pedirá a prisão dos responsáveis, mas defendeu que sejam exigidas “indenizações altíssimas”.

- Não é o caso de pedir a prisão de nenhum envolvido. Acho que, nesse tipo de crime, a empresa deve ser obrigada a readequar a área às condições ambientais anteriores, se for possível, e pagar indenizações que pesem no bolso e que sejam capazes de fazer com que eles trabalhem direito.

Fábio Scliar disse que o valor de R$ 20 bilhões pedido pelo Ministério Público Federal em Campos pelos danos ambientais e sociais causados pelo vazamento “dá um indício do que é adequado”.

Segundo o delegado, as investigações apontam que a empresa atuava dentro dos limites de exploração concedidos, mas houve erro no planejamento do poço, que deixou de considerar aspectos capazes de causar uma pressão do reservatório superior à esperada.

- Eles desceram bombeando em um determinado nível de pressão e quando encontraram o reservatório a resposta foi com uma pressão muito maior do que a que eles esperavam. Com isso, há quase uma explosão lá embaixo e o óleo sobe com uma velocidade incrível.

Na quarta-feira (14), a empresa comentou o assunto e, por meio de nota, declarou que desde o início do vazamento “respondeu de forma responsável ao incidente e atua com transparência com todas as autoridades brasileiras”. De acordo com a Chevron, “a fonte do óleo foi interrompida em quatro dias, e a empresa continua a progredir significativamente na contenção de qualquer afloramento de óleo residual”. Ela ressalta que “continua a combater a mancha de óleo na superfície, cujo volume hoje é de menos de um barril”. “Não houve impactos na costa brasileira ou na vida marinha”, destaca a empresa no comunicado.



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