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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

BR Offshore planeja novo estaleiro no norte fluminense


Do Portogente

O Canal das Flechas, entre os municípios de Campos dos Goytacazes e Quissamã, no norte fluminense, pode se transformar, em dois anos, em um dos principais polos de serviços logísticos para as atividades na Bacia de Campos, principal produtora de petróleo do país. O impulso nessa direção vai ser dado pela BR Offshore, holding de investimentos para o setor de óleo e gás. A empresa está estruturando projeto, com desembolsos previstos de R$ 450 milhões, para instalar no local estaleiro de reparos de embarcações offshore, uma base de apoio operacional para esses barcos e um condomínio industrial de serviços e logística.

A BR Offshore foi em criada em 2010 por sócios da Aggrego, consultoria especializada em finanças corporativas fundada pelo ex-ministro da Indústria e Comércio, Álcides Tapias. Ele é sócio minoritário no projeto. Os sócios controladores são Ricardo Vianna, que acumula a presidência-executiva, Paulo Salles, presidente do conselho de administração, e Carlos Eduardo Veiga, que entrou no negócio trazendo experiência de atuação na área de petróleo e gás.

O projeto da BR Offshore será instalado no Complexo Logístico e Industrial Farol, de Barra do Furado, localidade onde passa o Canal das Flechas. O canal foi construído na década de 1940 como principal conexão do mar com a Lagoa Feia, uma das maiores do país.

Há obras de infraestrutura em andamento, com recursos do poder público nas três esferas, inclusive do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para melhorar o acesso ao Canal das Flechas e tornar viáveis os projetos industriais na região.

Nos últimos anos surgiram vários projetos candidatos a se instalarem em Barra do Furado e diversas empresas compraram terrenos nas cercanias do canal. A BR Offshore foi uma delas. A empresa adquiriu terreno com 611 mil metros quadrados para desenvolver seu terminal, que vai contar com 950 metros lineares de cais. O empreendimento está a cargo de uma subsidiária integral da empresa chamada Terminal de Serviços e Logística de Barra do Furado.

Além desse projeto, a BR Offshore pretende criar outros dois centros logísticos para o setor de petróleo e gás na costa brasileira: um para a Bacia de Santos, em lugar ainda não anunciado, e outro para a região Nordeste do Brasil. O mais avançado dos três projetos é o de Barra do Furado.

Ricardo Vianna, presidente da BR Offshore, disse que a expectativa é começar a construção do projeto em Barra do Furado em abril de 2012. A operação daria a largada em 2013. Ele previu que a licença de instalação, a cargo do Instituto do Ambiente do Rio (Inea), pode ser concedida até o fim do primeiro trimestre do ano que vem. A expectativa, afirmou, se apoia no fato de já haver licenciamento para as obras de dragagem do canal.

Segundo Vianna, as obras de infraestrutura, sob responsabilidade dos governos federal, estadual e municipal, estão calculadas em R$ 133,5 milhões e incluem dragagem, obras de enrocamento e extensão de um píer. Um consórcio, formado por Odebrecht, Queiroz Galvão e OAS, foi contratado para fazer as obras, informou Vianna.

O estaleiro de reparos de barcos de apoio marítimo da BR Offshore vai ocupar 115 mil metros quadrados, cerca de 20% da área total da empresa no local. A unidade, equipada com elevadores para tirar navios de até 6 mil toneladas da água, terá capacidade para fazer manutenção em quatro barcos docados em seco de forma simultânea em uma primeira fase. Em 2014, o estaleiro poderá atender, segundo previsões da empresa, 72 embarcações, algo como 25% da frota estimada para aquele ano.

A base de apoio do terminal permitirá atracar 10 barcos ao longo do cais considerando a existência de uma área coberta para ancoragem dos navios. O terminal também vai se ligar a um heliponto com estação de passageiros. No condomínio de serviços, a empresa pretende atrair entre cinco e seis empresas fornecedoras da indústria de petróleo que poderão criar 5 mil empregos diretos e vão contar com terminal alfandegado. Paulo Salles, presidente do conselho da BR Offshore, disse que quando o projeto estiver operacional deve gerar mil empregos diretos.

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