A audiência publica da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), marcada para esta quinta-feira (17) foi adiada, devido a uma tentativa de assassinato contra o ex-delegado Claudio Guerra, personagem central do livro Memórias de uma Guerra Suja.
Ao abrir a reunião, o senador Paulo Paim (PT-RS) — presidente da CDH —, explicou que o delegado alegou a necessidade de garantia de segurança para seu deslocamento a Brasília, onde falaria sobre sua participação na morte de militantes da esquerda na época da ditadura militar, nos anos 70.
Na publicação, o ex-delegado afirma que pelo menos dez corpos de militantes executados – e brutalmente torturados – teriam sido incinerados em uma usina de açúcar no norte do estado do Rio de Janeiro em 1973.
Entre as vítimas estão João Batista e Joaquim Pires Cerveira, presos na Argentina pela equipe do delegado Fleury; Ana Rosa Kucinski, Wilson Silva; David Capistrano, João Massena Mello, José Roman e Luiz Ignácio Maranhão Filho, dirigentes históricos comunistas; Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira e Eduardo Collier Filho, militantes da Ação Popular Marxista-Leninista (APML).
Paim foi informado de que, na madrugada da quarta-feira (16) três homens rondaram a casa do delegado, na cidade de Vila Velha, no Espírito Santo. Claudio Guerra, que se diz arrependido dos crimes cometidos e narrou a dois jornalistas as ocorrências em que esteve envolvido na época da ditadura, afirmou ter ouvido um dos homens gritar a frase “eu vou pocar”. Na gíria policial da época, a frase era a senha para o ato de disparar a arma, para matar quem estivesse no alvo.
A CDH destinou a reunião desta manhã ao exame de projetos. Um deles, do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), é destinado a regulamentar o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos (PLS 667/2011) e tem parecer favorável do senador Paulo Davim (PV-RN).
Do Vermelho
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