Levar pacientes alcoolizados ao pronto-socorro não é o
ideal, aponta estudo
Pessoas embriagadas devem ser encaminhadas a centros de
desintoxicação se não houver problemas médicos
Um estudo conduzido por um centro médico do Colorado
(Estados Unidos) concluiu que pacientes alcoolizados devem ser levados
diretamente para centros de desintoxicação em vez do pronto-socorro, uma vez
que não apresentam nenhum problema médico sério.
A equipe do Centro de Serviços de Saúde Penrose-St. Francis
observou que nenhum dos 138 pacientes enviados aos centros de desintoxicação
para passar a noite no local após a ingestão de doses exageradas de álcool teve
complicações.
Em 2004, de acordo com os pesquisadores, cerca de 0,6% das
entradas em prontos-socorros foram dadas por pessoas sem qualquer problema que
não fosse a embriaguez, o que custou aproximadamente US$ 900 milhões (R$ 1,8
bilhão).
"Parte do problema tem sido o grande número de
alcoólatras crônicos trazidos por ambulâncias, pela polícia ou que até chegam
sozinhos. A maioria vai direto para o pronto-socorro", disse David Ross,
médico e principal nome por trás do estudo.
De acordo com ele, o serviço de ambulância do local criou
uma lista de 29 perguntas cujas respostas são sim ou não para ajudar a avaliar
se o paciente deve ser levado ao pronto-socorro ou diretamente para um centro
de desintoxicação. Algumas questionam se o paciente está ou não cooperando com
os exames feitos na própria ambulância ou se ele quer ir ao centro. Caso a
resposta seja não em qualquer dessas perguntas, é enviado ao pronto-socorro.
Analisando os pacientes transportados entre dezembro de 2003
e dezembro de 2005 para ver se nenhum deles teve problemas médicos durante a
desintoxicação, os pesquisadores notaram que 718 deles estavam alcoolizados,
sendo 138 enviados para o tratamento de desintoxicação e 580 para o
pronto-socorro.
Dos enviados aos centros, 11 não deram entrada porque o
local esava cheio, porque o nível de álcool em seu sangue excedia os limites
aceitáveis, seus familiares foram buscá-los ou estavam agressivos. Outros
quatro foram tranferidos ao pronto-socorro por conta de complicações menores,
como dores em partes do corpo. Nenhum problema sério, porém, foi
detectado."Acreditamos que não deixamos passar nenhuma lesão ou
complicação grave", disse Ross.
A equipe, porém, admite que há algumas limitações no estudo.
Não havia planos, por exemplo, para fazer a pesquisa quando estavam no processo
da criação da lista de perguntas, o que faz com que as conclusões estejam
restritas aos dados colhidos nos centros de desintoxicação e dos
prontos-socorros.
Além disso, o número de pessoas enviadas aos centros é
relativamente pequeno, o que torna difícil dizer se haveria complicações graves
em um grupo maior de pacientes. "Tentamos estimar qual a probabilidade de
encontrar uma situação séria. Nossa estimativa é de que seriam 3 casos em 748
pacientes", concluiu.
Do Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário