Prefeito de Palmas nega ter beneficiado Carlinhos Cachoeira e libera sigilos
O prefeito de Palmas disse hoje (10),
em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, que
não beneficiou o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos
Cachoeira, em sua administração e negou ter recebido recursos para sua campanha
do empresário.
Raul Filho (PT) foi convocado após a divulgação de
um vídeo no qual ele oferece possibilidades de ganhos em prestação de serviços a
Carlinhos Cachoeira, em troca de apoio à campanha de 2004. Cachoeira está preso
desde 29 de fevereiro pela Polícia Federal.
O prefeito argumentou que o vídeo se refere a uma
época em que ele ainda não era prefeito, era candidato. "São passados oito anos.
Ele não fez doação para minha campanha em que pese a expectativa criada no
vídeo", defendeu-se o prefeito que também entregou à CPMI uma autorização para
quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.
Raul Filho disse ainda que a empresa Delta
Construções, suspeita de fazer parte do esquema criminoso atribuído pela Polícia
Federal a Cachoeira, não prestou serviço emergencial para a prefeitura e que o
contrato de coleta de lixo teve início um ano e dois meses após sua posse.
"Nenhuma empresa ligada a Cachoeira prestou
serviço emergencial durante o meu governo", disse o prefeito. "Somente um ano e
dois meses após o início do meu governo a Delta foi contratada após sair
vencedora em processo licitatório".
O prefeito também ponderou que na época da
contratação da Delta, não havia informações sobre a possibilidade de vínculo da
empreiteira com Carlinhos Cachoeira. "Nos primeiros anos de exercício de meu
mandato não se conhecia sequer o vínculo da empresa com Cachoeira."
O vídeo no qual Raul Filho aparece em conversa com
Cachoeira fazia parte do acervo de imagens que o empresário mantinha em sua
casa, recentemente apreendido pela Polícia Federal.
No depoimento de hoje, o prefeito passou grande
parte do tempo destinado a seus esclarecimentos preliminares para destacar os
"avanços" de Palmas nos últimos anos, o que irritou muitos deputados e
senadores. O senador Álvaro Dias chegou a interromper o prefeito. "Presidente,
ele está aqui para falar sobre o objeto de investigação da CPMI."
A reclamação do senador não foi aceita pelo
presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) que devolveu a palavra
imediatamente à testemunha. "Todos fizeram isso aqui", disse o presidente,
referindo-se aos depoimentos dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB),
e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).
Cachoeira é acusado de comandar um esquema
criminoso que teria cooptado políticos e empresários e que, entre outras
atividades ilegais, é suspeito de fraudar licitações e de obter vantagens
indevidas em diversas administrações públicas.
Luciana Lima
Edição: Talita Cavalcante
Edição: Talita Cavalcante
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