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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Projeto Ópera na UFRJ traz "Cosi Fan Tutte", de Mozart, ao Trianon


UFRJ abre temporada de projeto cultural que leva ópera a várias cidades fluminenses




Uma das 12 óperas mais encenadas no mundo, Cosi Fan Tutte (Assim Fazem Todas), do compositor Wolfgang Amadeus Mozart, foi a escolhida para a temporada 2012 do projeto Ópera na UFRJ, que será aberto hoje (5), às 19h, no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da Universidade Federal do Rio. Criada em 1994, a iniciativa da UFRJ realiza, a cada ano, montagens completas de óperas, com recursos cênicos e musicais, em espaços da própria universidade e em teatros públicos de cidades do interior do estado.

Projeto de ensino, pesquisa e extensão, o Ópera na UFRJ envolve alunos, professores e técnicos de três unidades da instituição, as escolas de Música, de Belas Artes e de Comunicação, além da Orquestra Sinfônica da universidade.

Os espetáculos são gratuitos e têm o objetivo de proporcionar amplo acesso da população fluminense a um gênero musical que vem despertando interesse cada vez maior. Cantada em italiano, com legendas em português, Cosi Fan Tutte será encenada em duas versões – clássica e contemporânea –, com a participação de 12 solistas, o coro e a orquestra regida pelo maestro André Cardoso.

“Este é o melhor texto da trilogia de Mozart e do libretista Lorenzo da Ponte [as outras duas são As Bodas de Fígaro e Don Giovanni]. Picante, amoral, olha de maneira muito sórdida para as relações humanas, dentro da linha do século 18”, afirma o coordenador cênico da montagem, André Heller-Lopes, professor do Departamento Vocal da Escola de Música da universidade. Com mais de 15 anos de carreira como diretor de ópera, Heller-Lopes tem em seu currículo a encenação de cerca de 30 espetáculos do gênero, no Brasil e no exterior.

Segundo o diretor, Cosi Fan Tutte é uma ópera de conjunto, na qual todos os seis personagens são igualmente importantes. Na história, dois jovens oficiais, Ferrando e Guglielmo, apostam com o seu velho amigo Don Alfonso que suas noivas, as irmãs Fiordiligi e Dorabella, nunca os trairiam. Para tirar a prova, combinam uma encenação: disfarçados, são acolhidos na casa das noivas, com a ajuda da criada Despina, e cada um acaba por conquistar a noiva do outro. Perdem a aposta para Don Alfonso, para quem “assim fazem todas”, mas, ao final, a trama é desmascarada e os pares originais se reconciliam.

Por ter como personagens mulheres infiéis e libertinas, o enredo foi durante muito tempo considerado decadente e imoral. “Costumamos olhar o passado com os olhos do século 19, uma época mais puritana, vitoriana, mas o século 18, quando se passa a história, tinha outro tipo de linguagem”, explica André Heller-Lopes.

A montagem em duas versões sugere a atualidade da obra. Na estreia hoje, o público poderá ver a obra na versão clássica, com cenários e figurinos de época, mas quem for ao espetáculo de amanhã (6), também na Sala Leopoldo Miguez , na Lapa, às 19h, verá a mesma ópera adaptada aos dias atuais.

Até o dia 19 deste mês, serão mais seis apresentações. Neste fim de semana, o espetáculo continua na Sala Leopoldo Miguez, com a versão clássica no sábado (7), às 16h, e a contemporânea no domingo, no mesmo horário. No dia 10, às 12h, a adaptação à época atual volta à cena, no Auditório Horta Barbosa, no Centro de Tecnologia da UFRJ, na Ilha do Fundão.

Fora da capital, Cosi Fan Tutte poderá ser vista na versão clássica nos dias 12, às 20h, no Teatro Municipal de Niterói, e 14, às 19h, no Theatro Dom Pedro, em Petrópolis, na região serrana. Encerrando a temporada, a ópera será encenada em versão contemporânea no dia 19, às 19h, no Teatro Municipal Trianon, em Campos dos Goytacazes, no norte do estado.



Do Olhar Direto

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