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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Analistas esperam queda de 13,3% do lucro da Petrobras


Do DCI

O lucro líquido da Petrobras deverá apresentar queda de 13,3% no quarto trimestre de 2011, frente ao resultado do mesmo período de 2010, segundo pesquisa da agência Reuters feita com dez analistas que acompanham a estatal. A queda é reflexo do lento crescimento da produção de petróleo e do avanço significativo das importações de combustíveis, que anulam parte dos benefícios do aumento de mais de 50 por cento dos preços do petróleo Brent e da redução dos custos operacionais da companhia.

A estimativa média dos analistas consultados aponta um lucro de R$ 9,2 bilhões no trimestre, contra ganhos de R$ 10,6 bilhões no mesmo período de 2010. A empresa divulgará o balanço amanhã, após o fechamento do mercado. Mas o lucro líquido seria 46% maior que os R$ 6,3 bilhões verificados entre julho e setembro, fruto da queda do real ante o dólar no último trimestre, impulsionando as receitas e diminuindo os custos de extração, segundo os analistas.

A nomeação de Maria das Graças Foster como a nova presidente da Petrobras, a ser apreciada na quinta-feira pelo Conselho de Administração da companhia na mesma reunião que irá aprovar os resultados da estatal, deverá ofuscar os números da empresa, disse Caio Carvalhal, analista da JP Morgan Securities, em relatório. Analistas também procuram pistas sobre os investimentos da Petrobras no trimestre, que alguns esperam que chegue a R$ 21 bilhões (US$ 12 bilhões), valor semelhante ao do o terceiro trimestre.

As ações da Petrobras caíram 18% no ano passado com a estagnação da produção de petróleo e o aumento da influência do Estado sobre as decisões da companhia, na opinião de analistas. As metas de produção em 2011 não foram atingidas pelo segundo ano consecutivo, o que decepcionou os investidores. Apesar de um plano de investimento de US$ 225 bilhões em cinco anos, um dos maiores do mundo, a produção de petróleo pela Petrobras no mês de dezembro foi inferior à de 2010.

"A Petrobras precisa aumentar sua produção em um ritmo mais rápido", disse Luiz Otávio Broad, analista de petróleo e gás com a Ágora Corretora, do Rio de Janeiro. "Este ano é improvável que seja muito melhor, mas a empresa deve dar uma guinada em 2013."

As vendas líquidas, ou vendas totais menos impostos, deverão subir 23,5%, atingindo uma estimativa média de R$ 67,22 bilhões contra R$ 54,4 bilhões um ano antes, segundo a pesquisa.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, medida de análise de geração de caixa da empresa, conhecida como Ebitda, deverá crescer 15,6%, para R$ 16,85 bilhões, na comparação anual, revelou a pesquisa. Em comparação com o trimestre anterior, o Ebitda terá leve aumento, de 1,1%. A queda de 2,8% do real em relação ao dólar no trimestre aumentou os custos da dívida, mas foi compensada por um salto da receita das vendas em dólares do petróleo.

Em 2011 o aumento da produção foi limitado por paradas para manutenção das plataformas da Bacia de Campos, responsável por mais de três quartos da produção de petróleo da companhia, e pelo declínio da extração dos campos maduros. As paradas e os trabalhos de reparação, que vieram na esteira de mais exigências na segurança para o trabalhador e reclamações ambientais, devem continuar neste ano, embora em um ritmo mais lento, Broad acrescentou.

Ontem, as ações da estatal terminaram o pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perto da estabilidade. Os papéis ON fecharam em queda de 0,57%, aos R$ 27,59. Já as ações PN registraram recuo de 0,66% nesta quarta-feira, cotadas a R$ 25,43.

Sem indicações

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que, na reunião realizada hoje do Conselho de Administração da Petrobras, não será feita nenhuma indicação de nomes para diretorias da estatal. "Não se fará nenhuma indicação na reunião do conselho amanhã, a menos que até lá a presidente [Dilma Rousseff] possa se definir sobre os nomes que estão sendo examinados", afirmou Lobão.

Questionado se as substituições na Petrobras seguirão critérios técnicos ou políticos, o ministro foi enfático: "Escolhas técnicas".

A diretoria de Gás e Energia da estatal ficará sem titular com a ida de Maria das Graças Foster para a presidência da Petrobras. Lobão confirmou ainda que o atual diretor de Exploração e Produção da empresa, Guilherme Estrella, vai mesmo deixar o cargo. Segundo ele, o conselho de administração vai aprovar as mudanças, mas não serão ainda indicados os nomes dos substitutos.

Lobão comentou ainda que o ex-senador e ex-presidente do PT José Eduardo Dutra é um bom nome para ocupar uma diretoria na estatal "[Dutra] tem toda a qualificação para isso. Foi presidente da Petrobras, é um executivo muito bom, tem qualificação de sobra pra isso, não é um favor que vai se fazer a ele, não, ele é qualificado", afirmou Lobão, antes de participar de reunião preparatória da Rio+20 no Itamaraty.

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