Do O Dia
Polícia Militar decidiu transferir 151 agentes do batalhão de Volta Redonda (28º BPM), no Norte Fluminense, para unidades da Baixada Fluminense. De acordo com a assessoria da PM, a medida foi tomada para "restabelecer a ordem", pois estes policiais foram indiciados por envolvimento no movimento grevista.
Leia a nota da PM na íntegra:
O comando da Polícia Militar utilizará todas as medidas legais necessárias para impedir qualquer ação contrária à ordem pública e aos interesses da sociedade. A movimentação de policiais militares entre unidades, prevista em regulamento próprio, contempla a remoção de oficiais e praças para qualquer unidade da corporação em todo o estado.
No caso das movimentações que estão sendo feitas no 28º BPM (Volta Redonda), o comando da Polícia Militar interveio com medidas no campo administrativo julgadas necessárias para restabelecer a ordem. Trata-se da unidade da corporação em que se registrou o maior número de policiais militares indiciados em Inquérito Policial Militar (IPM) por crime de desobediência.
Desde quinta-feira, 09.02, o comando da Polícia Militar vem monitorando todos os batalhões e afirma que não houve paralisação de qualquer atividade, seja de rotina ou na segurança dos eventos programados. Até o momento, não houve mudança no número de policiais militares presos e indiciados.
Manifestação
Mesmo com a presença de poucos bombeiros e policiais militares, os grevistas mantiveram o ato de repúdio às prisões de militares acusados de incitar o movimento na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio, neste domingo. A manifestação começou na manhã deste domingo com uma hora de atraso.
Durante o protesto, repórteres da Rede Globo foram expulsos. Uma situação semelhante já havia ocorrido na última quinta-feira, quando a greve foi decretada. A emissora não é bem vista pelos manifestantes desde que divulgou no "Jornal Nacional" escutas telefônicas envolvendo o cabo Benevenuto Daciolo. A divulgação acabou culminando na prisão do militar.
Em greve desde o fim da semana passada, os bombeiros e policiais militares, devem definir a manutenção da paralisação em uma assembleia nesta segunda-feira. “Nossa preocupação é manter a greve dentro da normalidade. Estamos com mais de 30% dos atendimentos sendo feitos”, disse. Pelo lado da Polícia Militar, o movimento também deverá ser mantido.
O sargento Sandro Barbeiro Costa defendeu a continuidade da greve desde que seja garantido o atendimento à população. “A PM mantém o movimento pacífico desde o início e hoje (domingo) pede o fim das prisões arbitrárias. Não entendemos o porquê de as prisões serem feitas em um complexo penitenciário”.
Cristiane Daciolo, mulher do cabo do Corpo de Bombeiros Benevenuto Daciolo, preso desde a noite de quarta-feira no Presídio de Segurança Máxima Bangu 1, disse que na segunda-feira terá um posicionamento da Defensoria Pública do Estado sobre a transferência do marido para um presídio militar.
Segundo ela, dois pedidos de habeas corpus já foram negados e, se não tiver um retorno positivo da defensoria, vai buscar apoio do governo federal, em Brasília. “[Dependo da resposta] Na terça-feira, estarei em Brasília com um grupo de mulheres de militares".
Cristiane disse que o marido está há cinco dias em greve de fome e garantiu que não há qualquer movimento político por parte do cabo Daciolo e de outros bombeiros para deflagrar uma manifestação contra o governo local.
Ela também descartou que o movimento tenha sido enfraquecido com a saída no sábado da Polícia Civil. “Estamos nesta luta há nove meses, sem a Polícia Civil e sem a Polícia Militar. Os bombeiros vem lutando sozinhos e não vamos parar". Entre as principais reivindicações dos militares, estão o estabelecimento de um piso salarial de R$ 3,5 mil e a libertação do cabo Daciolo.
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