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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Mutirão suprapartidário resolve impasse rodoviário no RJ



Do Monitor Mercantil

Diz-se que a bancada fluminense é ineficiente, pois foi passiva, na Constituição, quando o relator José Serra retirou a cobrança de ICMS sobre petróleo na fonte e passou-a para o destino - beneficiando São Paulo, o estado de Serra, que é líder em consumo de combustíveis. Também quando Lula estimulou a redistribuição dos royalties, os fluminenses oscilaram entre a omissão e a agressividade excessiva e, agora, defrontam-se com megaproblema insolúvel.

Mas um caso excepcional acaba de ser registrado: um mutirão suprapartidário acaba de resolver um enorme problema para a Região Metropolitana do Rio. A Avenida do Contorno, em Niterói é ultra necessária, pois sete dias por semana há congestionamentos no acesso do Norte Fluminense a Niterói e Rio. Seu traçado previa passagem por quatro estaleiros, o que seria um crime, uma vez que a indústria naval ficou estagnada por décadas e no momento gera enorme riqueza para o estado e o país, além de impactar de forma altamente positiva o mercado de trabalho.

O traçado original iria devastar oficinas e diques dos estaleiros Aliança, Renave, Equipemar e UTC. Para não passar pelos estaleiros, a rodovia terá de cortar uma pedreira e transpor o Cemitério de Marui, o que implicará transferência de 400 nichos e 300 jazigos, gerando gasto extra de R$ 2,5 milhões. A solução foi multipartidária. No gabinete do secretário de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco (PMDB), foi decidido que emenda do deputado federal Chico D"Ângelo (PT) dará R$ 1,5 milhão à Agência Nacional de Transportes Terrestres para a obra. O prefeito de Niterói, Jorge Roberto (PDT), se regozijou com o resultado, mesmo sabendo que D"Ângelo ambiciona sua cadeira. Jorge Roberto não se importou com isso. Os estaleiros vão contribuir com R$ 400 mil e a ANTT já tinha R$ 600 mil disponíveis.

A pasta de Moreira não tem muito a ver com o assunto, mas ele, que já foi prefeito de Niterói e governador fluminense, afinal usou seu status de ministro. Sérgio Cabral (PMDB) mandou ao encontro o secretário de Desenvolvimento Regional, Felipe Peixoto. A participação empresarial foi importante. O presidente da Federação Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Fenavega), Meton Soares, e o presidente do Sindicato da Construção Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha, se envolveram diretamente nas negociações. Na reunião decisória, estiveram presentes Meton e o secretário-executivo do Sinaval, Sergio Leal.

Eis um bom exemplo de participação de políticos e empresários em favor de uma causa comum. Falta o parecer do Ibama, mas não são esperados obstáculos, pois dirigentes ambientais e de ONGs costumam aproveitar fins de semana em Búzios e Cabo Frio e também sofrem no retorno ao Rio.

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