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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Estudante Campistas vê pouso do Curiosity nos EUA


Estudantes brasileiros veem pouso do Curiosity com astrônomos nos EUA

Quatro estudantes ficaram 5 dias em Pasadena a convite da Mars Society.
Grupo apresentou experiência vivida em simulação do planeta vermelho.




Três estudantes brasileiros do ensino médio e um universitário acompanharam direto de Pasadena, na Califórnia, o momento em que o robô Curiosity aterrissou em Marte, na segunda-feira (6).

Os quatro viajaram para os EUA na quarta-feira passada (1º) a convite do presidente da Mars Society, Robert Zubrin, e retornaram nesta terça-feira (7). Na hora da chegada do robô, eles participavam da 15ª convenção anual da sociedade, no Centro de Convenções Pasadena, na qual também apresentaram a experiência de terem passado uma semana, em janeiro, no deserto de Utah para simular a atmosfera marciana.

"Essa foi uma das melhores experiências da minha vida. Foi muito bom conhecer pessoas importantes do ramo da astronomia, acompanhar um acontecimento histórico como o pouso do Curiosity e representar o nosso país em um evento desses", disse Monique Pessanha, de 16 anos, estudante do Instituto Federal Fluminense (IFF) em Campos dos Goytacazes (RJ) e, assim como os demais, integrante do Clube de Astronomia Louis Cruls, na cidade.

Marcos Palhares, Hermério Almeida Júnior, Lucas Freitas, Paolo Belluta (funcionário da Nasa que comanda o Curiosity), Ana Catarina Vitorino e Monique Pessanha na convenção da Mars Society  (Foto: Arquivo pessoal)

O colega Hermério Almeida Júnior, de 17, também do IFF, acrescenta: "Espero que o interesse do Brasil pela astronomia avance, assim como a exploração de Marte com a sonda Curiosity".


Na opinião da mais jovem da turma, Ana Catarina Vitorino, de 15 anos, a chegada do jipe-robô ao planeta vermelho é um dos maiores marcos da ciência espacial, e ser convidada para acompanhar esse momento foi algo inesperado e, ao mesmo tempo, inesquecível.

"Fomos recebidos pela elite da astronomia e da astronáutica como se já fôssemos cientistas experientes. Foi um privilégio que muitos estudantes brasileiros mereciam ter, mas infelizmente nem todos conseguem", afirmou a jovem, que estuda no campus de Cabo Frio da IFF e venceu um concurso da Nasa, aberto a todos os países, sobre Saturno.

Com eles, viajou o universitário Lucas Freitas, de 18 anos, que considerou uma honra poder ver de perto, durante três dias, o trabalho dos maiores especialistas da exploração espacial.

"Fico feliz por representar minha nação e minha instituição de ensino. Espero em breve participar novamente dessa convenção e de outras, quem sabe como um profissional da área", ressaltou o estudante, que cursa engenharia de controle e automação na IFF.

Os quatro jovens foram acompanhados do empresário Marcos Palhares, sócio da Agência Marcos Pontes, o astronauta brasileiro. A viagem foi bancada pela IFF e por empresas privadas que apoiaram a iniciativa.
Convite enviado ao grupo pelo presidente da Mars Society, Robert Zubrin, em julho (Foto: Arquivo pessoal)

Visita ao JPL
Na quinta-feira passada (2), o grupo conheceu o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da agência espacial americana (Nasa). No local, atua o time que coordenou o pouso e é responsável por todos os detalhes do projeto do Curiosity.

Os brasileiros foram recebidos oficialmente pelos pesquisadores da missão da sonda Cassini, que estuda Saturno, seus anéis e satélites. Os jovens visitaram a sala de controle do JPL, onde, no momento do pouso do Curiosity, apenas os funcionários envolvidos puderam estar presentes.
Estudantes brasileiros posam em frente ao Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (Foto: Arquivo pessoal)

Simulação de Marte
Em janeiro, o grupo foi o primeiro do Brasil a conhecer a Estação de Pesquisa do Deserto de Marte (MDRS, na sigla em inglês), em Utah, nos EUA, onde passou uma semana para fazer uma simulação de astronautas vivendo no planeta vermelho.

"A missão que eu e meu grupo realizamos na base de pesquisas da MDRS só nos deu mais motivação para divulgar a astronomia", disse o estudante Hermério Almeida Júnior.

Segundo o físico Marcelo de Oliveira Souza, que coordena o clube de astronomia em Campos, já foram enviadas 118 expedições de países ao local, e a brasileira foi a 111ª.

"O treinamento inclui comida especial e isolamento. Até a comunicação não é imediata, é preciso esperar pelo menos meia hora", afirmou Souza.
Em janeiro, time passou por simulação da atmosfera de Marte durante uma semana (Foto: Arquivo pessoal)

E a ligação de Marte com Campos parece ser ainda maior. Segundo o físico, o planeta vermelho tem uma cratera chamada Campos.

"O nome foi dado em 1976, e agora a gente descobriu que, em Marte, ela está na mesma latitude da nossa cidade aqui na Terra", explicou Souza, que coordena no Brasil o programa internacional Astrônomos Sem Fronteiras e promove há cinco anos em Campos, sempre em abril – mês mundial da astronomia –, o Encontro Internacional de Astronomia na cidade fluminense.

Foi nesse evento, entre 19 e 21 de abril, que o presidente da Mars Society, Robert Zubrin, conheceu os garotos e teve a ideia do convite. Desde 2007, o projeto já reuniu dois astronautas da Apollo 11, cosmonautas e representantes de 20 países.

Do G1

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