Estudantes
brasileiros veem pouso do Curiosity com astrônomos nos EUA
Quatro estudantes
ficaram 5 dias em Pasadena a convite da Mars Society.
Grupo apresentou experiência vivida em simulação do planeta vermelho.
Grupo apresentou experiência vivida em simulação do planeta vermelho.
Três estudantes
brasileiros do ensino médio e um universitário acompanharam direto de Pasadena,
na Califórnia, o momento em que o robô Curiosity aterrissou em Marte, na
segunda-feira (6).
Os quatro viajaram
para os EUA na quarta-feira passada (1º) a convite do presidente da Mars
Society, Robert Zubrin, e retornaram nesta terça-feira (7). Na hora da chegada
do robô, eles participavam da 15ª convenção anual da sociedade, no Centro de
Convenções Pasadena, na qual também apresentaram a experiência de terem passado
uma semana, em janeiro, no deserto de Utah para simular a atmosfera marciana.
"Essa foi uma
das melhores experiências da minha vida. Foi muito bom conhecer pessoas
importantes do ramo da astronomia, acompanhar um acontecimento histórico como o
pouso do Curiosity e representar o nosso país em um evento desses", disse
Monique Pessanha, de 16 anos, estudante do Instituto Federal Fluminense (IFF)
em Campos dos Goytacazes (RJ) e, assim como os demais, integrante do Clube de
Astronomia Louis Cruls, na cidade.
Marcos
Palhares, Hermério Almeida Júnior, Lucas Freitas, Paolo Belluta (funcionário da
Nasa que comanda o Curiosity), Ana Catarina Vitorino e Monique Pessanha na
convenção da Mars Society (Foto: Arquivo pessoal)
O colega Hermério
Almeida Júnior, de 17, também do IFF, acrescenta: "Espero que o interesse
do Brasil pela astronomia avance, assim como a exploração de Marte com a sonda
Curiosity".
Na opinião da mais
jovem da turma, Ana Catarina Vitorino, de 15 anos, a chegada do jipe-robô ao
planeta vermelho é um dos maiores marcos da ciência espacial, e ser convidada
para acompanhar esse momento foi algo inesperado e, ao mesmo tempo,
inesquecível.
"Fomos
recebidos pela elite da astronomia e da astronáutica como se já fôssemos
cientistas experientes. Foi um privilégio que muitos estudantes brasileiros
mereciam ter, mas infelizmente nem todos conseguem", afirmou a jovem, que
estuda no campus de Cabo Frio da IFF e venceu um concurso da Nasa, aberto a
todos os países, sobre Saturno.
Com eles, viajou o
universitário Lucas Freitas, de 18 anos, que considerou uma honra poder ver de
perto, durante três dias, o trabalho dos maiores especialistas da exploração
espacial.
"Fico feliz
por representar minha nação e minha instituição de ensino. Espero em breve
participar novamente dessa convenção e de outras, quem sabe como um
profissional da área", ressaltou o estudante, que cursa engenharia de
controle e automação na IFF.
Os quatro jovens
foram acompanhados do empresário Marcos Palhares, sócio da Agência Marcos
Pontes, o astronauta brasileiro. A viagem foi bancada pela IFF e por empresas
privadas que apoiaram a iniciativa.
Convite
enviado ao grupo pelo presidente da Mars Society, Robert Zubrin, em julho
(Foto: Arquivo pessoal)
Visita ao JPL
Na quinta-feira passada (2), o grupo conheceu o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da agência espacial americana (Nasa). No local, atua o time que coordenou o pouso e é responsável por todos os detalhes do projeto do Curiosity.
Na quinta-feira passada (2), o grupo conheceu o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da agência espacial americana (Nasa). No local, atua o time que coordenou o pouso e é responsável por todos os detalhes do projeto do Curiosity.
Os brasileiros
foram recebidos oficialmente pelos pesquisadores da missão da sonda Cassini,
que estuda Saturno, seus anéis e satélites. Os jovens visitaram a sala de
controle do JPL, onde, no momento do pouso do Curiosity, apenas os funcionários
envolvidos puderam estar presentes.
Estudantes
brasileiros posam em frente ao Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (Foto:
Arquivo pessoal)
Simulação de Marte
Em janeiro, o grupo foi o primeiro do Brasil a conhecer a Estação de Pesquisa do Deserto de Marte (MDRS, na sigla em inglês), em Utah, nos EUA, onde passou uma semana para fazer uma simulação de astronautas vivendo no planeta vermelho.
Em janeiro, o grupo foi o primeiro do Brasil a conhecer a Estação de Pesquisa do Deserto de Marte (MDRS, na sigla em inglês), em Utah, nos EUA, onde passou uma semana para fazer uma simulação de astronautas vivendo no planeta vermelho.
"A missão que
eu e meu grupo realizamos na base de pesquisas da MDRS só nos deu mais
motivação para divulgar a astronomia", disse o estudante Hermério Almeida
Júnior.
Segundo o físico
Marcelo de Oliveira Souza, que coordena o clube de astronomia em Campos, já
foram enviadas 118 expedições de países ao local, e a brasileira foi a 111ª.
"O treinamento
inclui comida especial e isolamento. Até a comunicação não é imediata, é
preciso esperar pelo menos meia hora", afirmou Souza.
Em janeiro, time
passou por simulação da atmosfera de Marte durante uma semana (Foto: Arquivo
pessoal)
E a ligação de
Marte com Campos parece ser ainda maior. Segundo o físico, o planeta vermelho
tem uma cratera chamada Campos.
"O nome foi
dado em 1976, e agora a gente descobriu que, em Marte, ela está na mesma
latitude da nossa cidade aqui na Terra", explicou Souza, que coordena no
Brasil o programa internacional Astrônomos Sem Fronteiras e promove há cinco
anos em Campos, sempre em abril – mês mundial da astronomia –, o Encontro Internacional
de Astronomia na cidade fluminense.
Foi nesse evento,
entre 19 e 21 de abril, que o presidente da Mars Society, Robert Zubrin,
conheceu os garotos e teve a ideia do convite. Desde 2007, o projeto já reuniu
dois astronautas da Apollo 11, cosmonautas e representantes de 20 países.
Do G1
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