A previsão oficial se mantém para até meados de 2018, mas a estatal pretende antecipar a data
A Petrobras está fazendo esforços para antecipar o início da operação das refinarias Premium I e Premium II, de 2018 para 2017. A informação foi dada ontem pelo diretor de Abastecimento da empresa, José Carlos Cosenza, durante entrevista coletiva para detalhar investimentos nessa área, dentro do Plano de Negócios e Gestão 2012-2016.
O diretor da estatal Carlos Cosenza ressaltou o aumento da importação de gasolina Foto: Divulgação
A afirmação foi feita na mesma tarde em que foi anunciada uma redução de 1% na produção nacional de petróleo em julho, ante o mês anterior, e a previsão de que o País gastará US$ 58 bilhões, ao ano, com a importação de gasolina a partir de 2020.
Em junho, a estatal havia anunciado o começo das operações da refinaria Premium II, que será instalada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), para "pós 2017".
No mês seguinte, porém, após reunião entre o governador Cid Gomes e a presidente da Petrobras, Graça Foster, a empresa divulgou que o início das atividades deveria se dar "entre o final de 2017 e meados de 2018".
Esforços
"Vamos fazer de tudo para antecipar (a operação) para 2017, mas a data é 2018", frisou ontem o diretor. Ele acrescentou que a Premium I, que será construída no Maranhão, já teve licença de instalação emitida, enquanto a Premium II lida com problemas de disponibilidade de terreno.
Cosenza ressaltou que o custo da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, pode chegar a US$ 20 bilhões, devido a aditivos de contrato e atrasos de equipamentos, entre outros motivos.
A área de abastecimento tem registrado sucessivos prejuízos por causa da defasagem de preços entre a importação e a venda interna, que está na faixa de 20%. No segundo trimestre deste ano, a área perdeu R$ 7 bilhões, o que contribuiu para o primeiro prejuízo da Petrobras em 13 anos.
"No curto prazo estamos com preços defasados, mas isso não quer dizer que vá se perpetuar, nós trabalhamos com uma política de ajuste de longo prazo", disse o executivo. Para esse setor, estão previstos investimentos de US$ 71,6 bilhões, de 2012 a 2016, sendo que US$ 15,8 bilhões estão sob avaliação.
Em relação à gasolina, disse o diretor, haverá um crescimento de compras no exterior, mas a companhia conta com uma recuperação da produção de etanol e uma elevação da mistura do biocombustível para reduzir importações. "A gente está jogando que na próxima safra já vai ter valores históricos de mistura de etanol na gasolina", comentou.
Gasto anual
Com a previsão de forte crescimento do consumo de gasolina, o governo estima que o País gastará US$ 58 bilhões, ao ano, com a importação do derivado de petróleo a partir de 2020.
O cálculo é do secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Martins. Esse dispêndio, explicou, faz parte de um cenário que prevê um aumento de 4,5% do consumo de gasolina, ao ano, até 2020, sem a contrapartida da expansão da oferta nem do derivado nem de etanol.
Sem aumento da produção, afirmou o secretário, haverá a necessidade de importação anual de 14 bilhões de litros de gasolina. "Achávamos que sempre teríamos superávit na gasolina, mas cresceu muito o consumo das classes mais baixas, que compraram carro, e isso mudou rapidamente o mercado". As novas refinarias são voltadas prioritariamente para a produção de diesel, e não de gasolina.
Importação de diesel deverá dobrar
Rio de Janeiro. A importação de diesel deverá dobrar até 2014 em relação aos níveis atuais e depois cair, com a entrada em operação de novas refinarias, afirmou ontem o diretor de abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza.
Atualmente, a importação do combustível usado em veículos pesados, como caminhões, está entre 150 mil e 160 mil barris por dia (bpd) e deverá passar para entre 280 mil e 300 mil bpd em 2014, informou ontem José Carlos Cosenza, durante entrevista coletiva.
Falando a jornalistas, para detalhar o plano de investimentos da empresa para o período 2012-2016, o diretor ressaltou que a importação de diesel cairá para entre 90 mil e 100 mil bpd, a partir da entrada em funcionamento de novas refinarias.
"Em 2014, estamos falando em 300 mil barris, e 2015 e 2016 na faixa de 100 mil (importação de diesel). Isso (vai cair) porque temos a entrada de duas plantas importantes que são Rnest (Abreu e Lima) e Comperj (Complexo Petroquímico do Rio)", salientou Cosenza. O Comperj tem operações previstas para iniciar em abril de 2015, disse.
Um terço da receita
O diesel responde por quase um terço da receita da Petrobras, o que indica que as importações do derivado continuarão tendo impacto no balanço da estatal, caso não seja reduzida a defasagem nos preços internos em relação aos internacionais.
Petróleo
A produção de petróleo da Petrobras no Brasil recuou 1% em julho ante junho, para 1,94 milhão de barris diários, refletindo principalmente a parada programada da plataforma P-8, no campo de Marimbá, na bacia de Campos, informou a estatal.
Do Diário do Nordeste
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